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Um errante em argolas de fumo mesto

terça-feira, maio 27, 2003

- Se eu não pertencer à terra, a quem pertencerei? Se o relento não me cobrir e se das folhas, não fizer uma almofada, de que me valerá respirar?
Sou da terra e dela me germino... E então?

segunda-feira, maio 26, 2003

- ... pegas na mortalha com a cola para dentro, colocas o dedo indicador da mão esquerda e com a mão direita retiras uma porção de tabaco com a ponta dos dedos todos. Depois colocas as folhas secas, acamando-as na mortalha. Inicias o processo de enrolar... assim... vês? Com os polegares pressionas este lado, dobrando e vincando para depois prenderes um lado ao outro, enrolas com firmeza e lambes a cola... simples ou não? Mas ainda não está pronto a fumar, tens de sacudir o cigarro... passa-me esse ramito seco: com a ponta vais calcar o cigarro e pronto: boas bafuradas. - O Cigano, pisca o olho ao chaval e afasta-se como uma brisa de verão por entre as ramagens da vereda. E então?
Ar rarefeito pela fresta que vislumbra o frio gelado da manhã e das cores desfalecendo secas. O homem julgava-se morto. O lago apodrecia com ele. Do H20 putrefacto bebiam crianças em busca de varíola (mal sabiam elas)
ainda vou saber...
tinham sede, isso era evidente,
saber o quê?
por uma sobrevivência maior, elas bebiam, por mais dois dias, mesmo que isso significasse agonia. O cigano
a agonia, sabes?
O cigano abanava a cabeça e anuia com os olhos raiados. Tinha fascínio pelo saciar sôfrego. Colheu uma azeda e ofereceu àquela criança que por ele passou - Para a semana morrerás - pensou vazio. E então?

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